Higienização hospitalar: entenda a importância para não correr riscos
Atualizado: 27 de abr. de 2020
A atuação do serviço de limpeza e desinfecção dos hospitais tem grande relevância, pois possui forte influência na prevenção de complicações relacionados às falhas nas técnicas de higiene, o que não exclui a responsabilidade de profissionais de saúde e pacientes na manutenção de um ambiente limpo e seguro.
A manutenção da higiene em um estabelecimento de saúde é de extrema importância para garantir a segurança, o bem-estar e o conforto dos pacientes e de seus acompanhantes e dos profissionais de saúde que ali atuam.
Dada a importância do tema, no texto de hoje falaremos sobre a higienização hospitalar e as suas melhores práticas. Acompanhe!

Higienização hospitalar
A higienização hospitalar diz respeito a todas as técnicas de limpeza, desinfecção e esterilização utilizadas em todos os ambientes internos do hospital. Diferentes procedimentos são utilizados de acordo com o risco de infecção do ambiente (centro cirúrgico, UTIs, enfermarias, ambulatórios, áreas administrativas).
O principal objetivo da higienização hospitalar é o de prevenir a ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), isto é, aquelas adquiridas por meio de procedimentos de saúde ou durante a internação hospitalar.
No ambiente hospitalar, diversos fatores que favorecem a contaminação podem ser minimizados com o uso de técnicas eficazes de limpeza e desinfecção. Esses fatores são:
contato das mãos dos profissionais com superfícies;
falha na utilização de técnicas básicas de higiene pelos profissionais;
superfícies úmidas ou molhadas;
superfícies empoeiradas;
falha na limpeza de matéria orgânica.
Por outro lado, medidas simples empregadas no ambiente ajudam na prevenção de contaminação cruzada entre os pacientes internados.
Reduzir as IRAS é necessário, pois elas são responsáveis por aumentar o tempo de internação, a morbidade e a mortalidade dos pacientes internados, além de elevar os custos do cuidado.
Etapas da higienização
Diferentes procedimentos antimicrobianos são utilizados dentro do hospital para a manutenção da higiene. Cada procedimento precisa ser compreendido, para que possa ser aplicado de forma correta em cada situação.
Limpeza
A limpeza diz respeito à remoção de sujidades e detritos de forma mecânica, a fim de reduzir a população microbiana de um ambiente. É o primeiro passo em qualquer procedimento de higienização. Os métodos de limpeza são determinados de acordo com o tipo de superfície e a presença de matéria orgânica (sangue, fluidos corporais etc.).
A varredura e a espanação seca são contraindicadas em qualquer área do hospital, pois espalham poeira e micro-organismos no ambiente. Deve-se utilizar a varredura molhada, com panos e esfregões.
Desinfecção
O processo de desinfecção inclui a destruição dos micro-organismos presentes em superfícies ou objetos, por meio da aplicação de produtos químicos ou reações físicas. A desinfecção pode ser de baixo, médio ou alto nível, de acordo com o uso do material desinfectado (estetoscópios, equipamentos de assistência respiratória, laringoscópio etc.).
Os principais produtos químicos usados para a desinfecção hospitalar são hipoclorito de sódio, formaldeído, compostos fenólicos e iodo.
Esterilização
A esterilização diz respeito ao processo de destruição ou eliminação total dos micro-organismos em todas as suas formas (bactérias, vírus, fungos) por meio de agentes químicos ou físicos.
Melhores práticas
A seguir, listaremos algumas das melhores práticas de higienização hospitalar, para garantir a manutenção de um ambiente limpo e seguro.
Adoção de melhores padrões de qualidade
Buscar os melhores padrões de qualidade é o caminho certo para a implementação de práticas de higienização hospitalar. A certificação de qualidade do hospital pode ser alcançada através da adoção de recomendações presentes nos manuais de acreditação hospitalar, que seguem padrões previamente testados e definidos.
Em relação à higiene, os principais objetivos são:
o hospital possuir estrutura física conservada e materiais adequados para a limpeza;
existirem manuais, normas e rotinas para a realização da higienização hospitalar;
haver pessoal capacitado para o desenvolvimento das atividades de higiene.
Treinamento apropriado
O serviço de limpeza do hospital tem o objetivo de preparar o ambiente para as atividades que serão realizadas, visando ordem, limpeza e conservação do ambiente e evitando a disseminação da contaminação.
Para isso, é necessário que todo o pessoal envolvido em todas as etapas da higienização seja treinado e capacitado para sua atuação. Os conceitos de contaminação, limpeza e desinfecção devem ser do conhecimento de todos, além do treinamento para o correto uso de equipamentos e produtos.
No caso de contratação de serviços terceirizados, é preciso garantir que o mesmo treinamento foi oferecido para os funcionários.
Comprometimento da equipe
Como citamos, a higienização hospitalar depende também da atuação e da conscientização dos profissionais de saúde e dos pacientes internados, e não apenas da equipe de limpeza.
Os profissionais de saúde devem também receber treinamento que ressalte a importância de técnicas como a higienização das mãos e a separação dos resíduos de saúde. O uso de cartazes e lembretes pode ser uma boa estratégia para garantir a adesão e o comprometimento da equipe.
Os pacientes devem ser educados quanto às principais formas de prevenção de contaminação e infecção, para que possam estar atentos às práticas dos profissionais que os atendem.
Criação de POPs
Procedimento operacional padrão (POP) é o documento organizacional que traz a descrição detalhada dos passos para a realização de determinada tarefa. O hospital deve elaborar POPs para todas as atividades referentes à higienização, contendo minimamente estas informações:
profissional responsável pela realização de cada tarefa;
materiais necessários para a realização da tarefa;
descrição dos procedimentos, com destaque para os pontos proibidos.
A utilização de POPs tem o objetivo de padronizar os procedimentos realizados dentro do hospital, além de minimizar a ocorrência de erros durante a realização da atividade, aumentando a sua qualidade.
Uso de EPIs
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) ajudam na prevenção de contaminação e disseminação de micro-organismos dentro do ambiente hospitalar. Eles estão entre os principais itens de biossegurança hospitalar e incluem:
luvas: são descartáveis e não podem ser reutilizadas em hipótese alguma; devem ser trocadas a cada procedimento e não substituem a necessidade de higienização das mãos;
avental/capote: deve ser utilizado quando há risco de emissão de aerossóis ou respingo de fluidos corporais (sangue, fezes, urina etc.);
máscara: indicada para a realização de procedimentos assépticos e que envolvam contato com secreções.
As infecções relacionadas à assistência à saúde representam um grande risco para a segurança do paciente internado. A implementação de medidas corretas de higienização hospitalar é necessária para reduzir esse risco.
Entender a importância da higienização hospitalar é um dos passos para melhorar o atendimento e os processos hospitalares.